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O PERCURSO DA HISTÓRIA DO ENSINO DE HISTÓRIA COMO DISCIPLINA NO BRASIL

Virgínia Torres Cavalcante Sales, Mestranda ProfHistória pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Professora da educação básica, E-mail: virginiatorres@gmail.com Silvio Henrique Ferreira Vilhena, Mestrando ProfHistória pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Professor da educação básica, E-mail: silvio.henrique@unifesspa.edu.br Carlo Guimarães Monti, Doutor em História, Professor FAHIST/ICH, Profhistoria UNIFESSPA, E-mail: carlogmonti@gmail.com Ao se pensar e investigar sobre o papel do historiador é imprescindível que se atenha aos reflexos e resultados dos seus trabalhos, segundo Antoine Prost “Não existem fatos, nem história, sem um questionamento; neste caso, na construção da história, as questões ocupam uma posição decisiva”. (PROST, 1933, p. 75). As construções das narrativas históricas devem ser fundamentadas por um questionamento, uma problematização, um olhar que pode partir de variadas perspectivas sempre relacionadas a um espaço

ENTRE LEMBRANÇAS E ESQUECIMENTOS: OS ESCRITOS DE VIOLÊNCIA E AS MEMÓRIAS DE MIGRANTES NO SUL E SUDESTE DO PARÁ

Bárbara Maria Marques  Anna Carolina de Abreu Coelho  Resumo: o resumo desta pesquisa busca em primeiro lugar apresentar a luta pela terra tanto como objeto de estudo consolidado, quanto uma representação da região; e num segundo momento pretende analisar como a violência e os assassinatos na luta pela terra se inscreveram na memória social sobre a região. As lembranças foram registradas por meio de entrevistas e a análise das mesmas foi feitas por meio da metodologia da história oral. Tentamos aqui responder até que ponto as escritas de pesquisadores e as memórias do lugar entrelaçam na seleção do que deve ser lembrado ou esquecido? A discussão que perpassa esse momento da pesquisa é a de que a escrita acadêmica junto aos arquivos e outros lugares de memória inscrevem a violência na memória e na identidade da região se entrelaçando a uma lembrança expressa na oralidade.  Palavras-chave: memória e história; escritos de violência; a luta pela terra.  Durante esta pesquisa notou-se que

“PORQUE A IRA DE DEUS ABRAÇOU AS CIDADES INFAMES DE SODOMA E GOMORRA”: AS FAÇANHAS DE UM SODOMITA PORTUGUÊS NA BELÉM SEISCENTISTA

Policleiton Rodrigues Cardoso, E-mail: policleiton2016@gmail.com  Anna Carolina de Abreu Coelho, E-mail: annacarolinaabreu@unifesspa.edu.br INTRODUÇÃO As Inquisições presentes nos Reinos Ibéricos apresentaram no bojo de suas preocupações o zelo para com os desvios morais presentes nas sociedades do Antigo Regime. Nas metrópoles, inúmeros processos inquisitoriais foram desenrolados, seja pela presença do Santo Ofício da Inquisição nessas terras, ou, como se verá nesse trabalho, em terras ultramarinas por via de denunciação, sendo ao fim desdobrados em solo Lusitano, pelo menos no caso do Santo Ofício Português – aos processos que compreendem ao período externo à União Ibérica –.  Analisar as fontes do Santo Ofício Português é embarcar numa jornada de reconhecimento de uma linguagem particular da Inquisição. Historiadores especializados em estudos inquisitoriais como Carlo Ginzburg (1989, p. 207) demonstram a relevância de uma interpretação textual, tendo em vista que “temos textos que n

O GRUPO CONSCIÊNCIA NEGRA EM MOVIMENTO (CNM): REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NEGRA NA CIDADE DE MARABÁ (2011-2019)

Autora: Marta Lima Alves  Programa de Pós-graduação em História (PPGHIST) Mestranda em História UNIFESSPA E-mail: alves@unifesspa.edu.br miracyclalves@gmail.com  Co-autora: Profa. Dra. Maria Clara Carneiro Sampaio Programa de Pós-graduação em História (PPGHIST) Doutora em História UNIFESSPA E-mail: mariaclarasampaio@gmail.com Introdução O presente trabalho tem como objetivo principal analisar as ações de um grupo formado por negros e negras dentro da cidade de Marabá, na mesorregião Sudeste do estado do Pará. O grupo, de nome Consciência Negra em Movimento (CNM), atua na luta contra o racismo, contra a discriminação racial, na defesa e ressignificação da identidade negra e de seus valores culturais e ancestrais. O recorte temporal escolhido compreende o período entre os anos de 2011 a 2019, que consideramos crucial e de grande pertinência para a mobilização entre as pessoas que vieram a fundar o CNM.  Nosso estudo sobre a formação e atuação do CMN vai no sentido contribuir para a refle

POLÍTICAS AFIRMATIVAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ (UNIFESSPA), E A INSERÇÃO DA MULHER INDÍGENA NO AMBIENTE ACADÊMICO

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Juliana Alves de Souza.(Autora) PPGHIST - UNIFESSPA julianaalves@unifesspa.edu.be Dra. Maria Clara S. Carneiro Sampaio(Coautorc). PPHGIST – UNIFESSA mclarasampaio@unifesspa.edu.br Considerando a inserção da mulher indígena em ambientes acadêmicos, pretendemos por meio deste, explanar de forma resumida algumas das questões trabalhadas no projeto de pesquisa: “Mulheres indígenas e Universidade: suas perspectivas, vivências e narrativas sobre as políticas e permanência em instituição de ensino superior”, que é vinculado à linha de pesquisa: Cultura, memória e relações de poder do Programa de Pós Graduação em História(UNIFESSPA). A presente pesquisa se encontra em andamento, e diante disso o que mostraremos neste trabalho é sobretudo alguns dos resultados parciais. O projeto de pesquisa mencionado, foi inicializado no Programa de Pós-graduação em História – PPGHIST/UNIFESSPA nos meses iniciais de 2020, por esse motivo, não poderemos expor maiores resultados, considerando o curto período da

APRENDIZADOS ARTÍSTICO-CULTURAIS NA PERIFERIA: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA

Josiclei de Souza SANTOS  O presente trabalho faz uma reflexão sobre os agenciamentos de grupos artísticos enquanto territórios de educação não-formal periféricos. O objetivo é refletir como esses diferentes agenciamentos influenciam de forma diferenciada na formação das identificações no espaço periférico. O bairro escolhido para a pesquisa foi a Marambaia. No mesmo, foi preciso pensar a identidade no plural, enquanto identificações, pois os sujeitos pesquisados, embora tenham em comum a arte e a cultura, possuíam e possuem laços de identificação com diferentes construções identitárias: homoafetiva, afrodescendente, feminista, dentre outras, criando assim um território atravessado por múltiplas vozes e agências, em um contínuo processo de rizoma. Essas identificações se constroem a partir da educação menor, menor porque surgida no seio de grupos e indivíduos minoritários, cujas opressões trazem consigo também a possibilidade de linhas de fuga enquanto devires que questionam os mecanis

O ENSINO DE HISTÓRIA DOS TRAUMAS COLETIVOS NO SUL DO PARÁ

Alisson Lião Mestrando Profhistoria – UNIFESSPA Prof. Orientador Dr. Bruno Silva UNIFESSPA Há pouco, durante aula em uma turma do Ensino Médio na cidade de Ourilândia do Norte no Sul do Pará, introduzi o tema da Shoah. Na ocasião, em meio aos debates, um aluno se manifestou destacando que a posição apresentada por mim ia de encontro a outras fontes de conhecimento; a saber, no caso em questão, uma página da internet a qual ele teria acesso – Metapedia –, que deslocava a temática em tela para uma outra linha interpretativa. Ou seja, de que haveria exageros no que tange aos dados sobre a Shoah e quanto ao papel dos nazistas no genocídio. Diante do apresentado – e ao verificar as informações e perceber que a fala do meu aluno possuía respaldo; ou seja, o site realmente existia –, um conjunto de questões me vieram à cabeça: primeiro, como a assim chamada História do Tempo Presente nos coloco face-a-face com um campo metodológico que se propõe a dar a história novos caminhos e abordagens pa